sábado, 30 de julho de 2016

sábado, 16 de julho de 2016

Máscaras 0.2

Preferia não saber... mas caí na armadilha. Dei um passo, desloquei-me para mais perto para escutar o que se apressavam em me confidenciar (e que, confesso, ansiava por ouvir),... e logo me apercebi que me tinha posto na direção do abismo. Nas palavras que apenas me foram segredadas, feitas discretas, quase inaudíveis... ouvi o eco do embate no fundo do poço, provocado pela queda que logo antevi. Aí me apercebi do impacto das palavras: um impacto que, por muito que se tente esconder, não deixa de, por isso, existir, pois as palavras não deixam de ser o que são, seja-lhes dado o volume que for. 
Caí na armadilha. Caí na armadilha e numa armadilha para mim própria me tornei. Vou e volto a cada dia, colocando à flor da pele uma máscara como se de nada soubesse... e sei - sei de tudo. Sei e por isso sinto que brinco com o meu choro: que o gozo, que me rio na cara dele... ou na minha cara, na verdade. Cara esta que não sinto como minha - que não queria, mesmo, que fosse a minha. Só que... o que é que os outros pensariam se eu simplesmente me permitisse a mostrar o rosto? Se me permitisse a ser eu e o mostrasse como realmente me sinto por dentro neste momento? Pensariam que enlouquecera, com certeza! Mas eu sinto-me é louca de pensar assim.

autora: Maria Ramos

sábado, 9 de julho de 2016

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Não Queremos Enganar Ninguém: Estamos Aqui para Ficar!

Um tema por mês... 
Um trabalho por sonâmbulo, relacionado com esse tema. 
O deste mês é...

máscaras

Está atento/a e vem daí descobrir o que escondemos para ti!

sábado, 2 de julho de 2016

Passado 0.3

Não sei o que é inferno em mim: se o que me arde é esta ausência de ti, se é saber que já houve a tua presença. Que deus me quer assim? Sem saber em que tempo viver e chorar? Quem é esse deus que te quis a ti, para poder chamá-lo pelo nome e dirigir-lhe estas palavras: perguntar-lhe o porquê de tudo isto?
Contaste-me que, durante muito tempo, querias ser astronauta. Ver de perto como brilham as estrelas; pôr os pés na Lua porque, com eles na Terra, andam todos sempre e sonhar também é preciso.
No altar sussurraste-me que as estrelas tinha-las descoberto de perto ao navegar nos meus olhos, e que encontraste-te na Lua quando abriste a porta de casa e estava lá eu. Que agora, se pudesses aspirar a mais, seria ir em busca de mais formas de nós comigo. "Ter uma família contigo será como chegarmos a Marte e lá criar uma nova vida", disseste-me, agarrando-me na mão com força e de repente puxando-me para perto de ti, como quem desejasse ardendemente essa viagem assim. Creio que, assim, na verdade, conseguiríamos o Universo inteiro.
Não pensei que esta nova família fosse assim: que em vez de aumentar, diminuísse. Que Marte se consumisse tão ferozmente em chamas. Que guerra é esta em que agora me encontro? Que paz é essa em que estás?
É como se um buraco negro nos tivesse sugado a meio caminho.

autora: Maria Ramos